02 de Julho (2018)
Em Portugal realizam-se cerca de 17 mil procedimentos cirúrgicos anuais à hérnia inguinal, sendo uma das cirurgias mais realizadas no país.
Neste artigo explicaremos tudo o que necessita saber sobre hérnias inguinais respondendo às principais perguntas e dúvidas que poderá ter sobre o tema.
Uma hérnia é, por definição, uma saída de uma víscera ou parte dela para fora da cavidade que a contém, geralmente formando uma protuberância (saliência). A região inguinal é a área de transição entre o abdómen e as pernas e é comummente designada por virilha.
Uma hérnia inguinal ocorre no abdómen perto da região da virilha, quando parte do revestimento da cavidade abdominal, ou uma parte do intestino se insurge através de um ponto de fraqueza nos músculos abdominais.
É mais comum o aparecimento de uma hérnia inguinal em homens do que mulheres e pode acontecer em um ou nos dois lados da virilha – a chamada hérnia inguinal bilateral.
Embora uma hérnia na virilha não seja necessariamente perigosa, ela pode ser bastante dolorosa.
A hérnia inguinal pode-se insurgir juntamente com outras complicações e uma vez que este tipo de patologia não se cura sozinha, será sempre necessário consultar um médico.
As hérnias inguinais são evidenciadas pela sua aparência, desconforto e dor. Elas causam protuberâncias ao longo da região pubiana ou na virilha, que geralmente aumentam de tamanho quando a pessoa tosse ou levanta pesos. Para além disso, os sintomas da hérnia inguinal podem incluir:
As hérnias inguinais em bebes e crianças resultam de uma fraqueza na parede abdominal que está presente desde o nascimento. Às vezes, a hérnia só será visível quando uma criança estiver a chorar, a tossir ou a fazer esforço durante a evacuação.
Para saber se seu filho possui uma hérnia inguinal, preste atenção quando ele chorar, tossir ou movimentar a região do intestino, pois são com esses movimentos que a hérnia pode ficar visível.
Além disso, verifique se a criança está mais irritada do que o normal ou tem menos apetite do que o normal.
As hérnias inguinais podem ser denominadas de hérnia inguinal direta ou hérnia inguinal indireta dependendo de como e quando se formam.
As hérnias inguinais indiretas são as mais comuns e ocorrem devido a um problema na entrada do canal inguinal que faz com que ele permaneça aberto. A hérnia inguinal direta é aquela que se desenvolve ao longo da vida, devido ao surgimento de uma fraqueza na musculatura da parede abdominal. Cerca de 2% dos homens enfrentam a hérnia inguinal direta ao longo de sua vida.
As causas mais associadas ao aparecimento de uma hérnia inguinal são:
Para além disso, existem ainda outros fatores de risco para o aparecimento de uma hérnia inguinal:
Com frequência, a fraqueza da parede abdominal está presente desde o nascimento. Noutros casos, essa fraqueza surge mais tardiamente relacionada com a idade, atividade física intensa, tosse associada ao tabagismo, traumatismo ou cirurgia abdominal.
Para além disso é duas vezes mais comum o aparecimento de uma hérnia inguinal do lado direito do que no esquerdo em homens até aos 40 anos; nos homens com idade superior a 40 anos, 40% das hérnias inguinais são bilaterais.
O facto da hérnia inguinal na mulher ser menos frequente tem uma explicação: “A diferença deve-se à conformidade anatómica da bacia do homem, nomeadamente ao facto de o canal inguinal, ao longo do qual desce o cordão espermático, ser uma estrutura mais volumosa do que na mulher.
A anatomia da mulher protege-a, na medida em que esse canal é quase vestigial” explica Paulo Martins, cirurgião-geral do Hospital CUF Porto.
Uma hérnia inguinal encarcerada ocorre quando o conteúdo da hérnia fica estrangulada e se torna impossível a sua reinserção na cavidade abdominal. Esse encarceramento reduz o fluxo sanguíneo causando dor e lesão dos tecidos. Quando o fluxo sanguíneo está completamente interrompido, se não for tratada, causará morte dos tecidos, com infeção que se estende a todo o abdómen, podendo ser fatal.
Os sinais de estrangulamento são a presença de náuseas e/ou vómitos, febre, aumento da frequência cardíaca, dor súbita que aumenta muito rapidamente e uma alteração do aspeto da saliência da hérnia, ficando mais vermelha ou mais escura. Nos casos de hérnia estrangulada, é obrigatória a operação de hérnia inguinal.
Tratamento natural para a hérnia inguinal? Infelizmente o único tratamento definitivo para a remoção da hérnia inguinal é através da correção cirúrgica, intitulada de herniorrafia ou hernioplastia. A correção cirúrgica da hérnia inguinal é uma das operações mais comuns, responsável por mais de 20 milhões de procedimentos por ano em todo o mundo.
Atualmente, porém, nem todos os tipos de hérnia inguinal são levados a cirurgia: “São situações em que o risco da intervenção cirúrgica é superior ao benefício da operação, dado que envolve anestesia, seja ela geral ou não. É o caso de doentes cardiovasculares ou respiratórios graves, mas também de pessoas muito idosas ou muito debilitadas.
Nestes casos, a opção recai sobre a colocação de fundas de contenção, isto é, de um dispositivo externo que exerce compressão sobre a hérnia”, afirma Paulo Martins. Sobre as fundas de contenção ou cintos para hérnias inguinais como são mais commumente chamadas, falaremos já de seguida.
Quando recomendada por um médico, a cinta para a hérnia é eficaz pois evitará o desenvolvimento da hérnia e aliviará o desconforto proveniente da mesma.
A cinta poderá ser recomendada quando:
Esta cinta também poderá ser utilizada antes da operação, mas deve consultar um médico especialista para perceber melhor como e quando a deve utilizar. Importa ainda referir que a sua utilização por si só não curará a hérnia inguinal, só a cirurgia irá tratar definitivamente uma hérnia inguinal.
Em Portugal, poderá adquirir facilmente uma cinta para hérnia inguinal através da amazon de espanha que faz entregas para Portugal com um prazo de entrega bastante rápido e por um preço acessível.
Deixámos-lhe agora uma entrevista realizada no noticiário da RTP onde a questão da hérnia inguinal é abordada.
Algumas práticas e medidas podem ser adotadas para prevenir algumas complicações associadas à hérnia inguinal:
Existem duas formas de corrigir cirurgicamente uma hérnia inguinal: cirurgia aberta ou laparoscopia.
A cirurgia aberta, que costuma ser chamada de hernioplastia pela técnica de Lichtenstein, é a forma de correção cirúrgica mais tradicional da hérnia inguinal, sendo a mais indicada para as situações urgentes. A cirurgia aberta pode ser feita sob anestesia local ou geral, dependendo das circunstâncias.
Na cirurgia aberta, o cirurgião faz uma incisão com aproximadamente 6 cm de comprimento na virilha. A parte do intestino herniada é identificada e reduzida de volta para o abdômen. A parede abdominal é fechada, evitando uma futura recidiva (reaparecimento de sintomas de uma doença que já tenha sido curada).
A cirurgia aberta é um procedimento relativamente simples, muito seguro e com resultados duradouros.
A cirurgia laparoscópica é um método alternativo de tratamento da hérnia inguinal.
Nessa cirurgia, um fino tubo contendo uma câmara (laparoscópio) é inserido através de uma pequena incisão no abdómen. Guiado por uma câmara, o cirurgião insere os instrumentos cirúrgicos através de outras duas pequenas incisões, de forma a reparar a hérnia e implantar uma tela sintética. É usado gás para inflar (encher) o abdómen para tornar os órgãos internos mais fáceis de ver. Esse tipo de cirurgia é realizada obrigatoriamente sob anestesia geral.
A cirurgia laparoscópica provoca menos desconforto no pós-operatório, deixa cicatrizes menores e possibilita um retorno mais rápido às atividades normais. No entanto, essa forma de cirurgia é mais difícil, requer mais treino, não costuma ser a melhor opção nas hérnias complicadas e alguns estudos sugerem que a recorrência é mais provável do que com cirurgia aberta.
Na cirurgia da hérnia inguinal, a recuperação é geralmente simples e sem complicações. A maioria dos pacientes fica internado no hospital apenas entre 12 a 24 horas e pode retornar ao trabalho e realizar todas as atividades, que não necessitem muito esforço físico, em 1 ou 2 semanas. O paciente deve seguir algumas orientações:
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